terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Trago


memoria perdida e versos errados
metros dessas historias sem autor
quanto as formas me tiraram meu passado
cada trago uma consciência nova
olhar no espelho e saber quem não sou

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Desejos

mão que segure a queda que precede o voo
pertencer a uma chave
segredo que revele as paredes de uma casa
esquecer a moça do passado
refletir nos espelhos o outro
ser estável e só
garrafas de vodka a cada término
dormir com o escuro de dentro
saber sentir o que penso
redimir e renegar quando hora
não desejar como amante o que lhe deu como irmão
equilibrar nicotina álcool calmante e identidade
deixar de doer com o bem que se quis
calcular o nível de incertezas seguras
buscar o íntimo do sorriso congelado
cegar-me de palavras e delas fazer um cobertor
dar a ela esse cobertor
não me arrepender
.

Amostra grátis, ou selo e escudo, ou ainda, poema para ela

trilhas sonoras de uma lua
refletidas na saudade
deste meu lugar seguro
primeiro selo
de infância descoberta
vontade que lateja
no escudo de minha pele
aquilo que me tornei
vem da tua ausência
apego do silêncio
aos grito de meu corpo
voz de beijos
ainda guardados
estampados em versos
que outrora rubros
viraram a sépia
que traça-me destino
predito e esquecido
de inventar a tua mão
e intinerá-la paradeiro
onde descanso o sorriso
e arrisco-me a existir

sábado, 20 de novembro de 2010

Apatia


Gabriela Alencar
 
              Sem poemas ou vínculos                      Sem prendas e espantos    
 Sem conjecturas, Flor                          Sem moléstia, Flor
              Livre                                                           Mimo
           Sem distender, compensar                        Sem covas e até fatias
     Sem domínio, Flor                                    Sem fantasia, Flor
                     Imenso                                                         Faro
               Sem narração e pudor                              Sem tempo, sem reza
  Sem postura, Flor                                      Sem tolice, Flor
                                        Tato                                                          Livre

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

D

aquele
sorriso
morto
moldura
destila
ausência
desejo
dizer
te
desejo

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

-- perdi a capacidade de ser simples




e nesses dias prolongados de fim
a espera do milagre que não vem
não há nada simples a que eu possa me
apagar
 (apegar?)




a prendo

-- mas ela já se foi há tempos...




sumi

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

substituir
------------ o dicionário livre

[editar] Português
[editar] Verbo

subs.ti.tu.ir transitivo direto
1. pôr uma pessoa ou coisa no lugar de outra
2. trocar
3. fazer as vezes de

ela queria se trancar num quarto escuro e decretar sobrevivência
um modo de cegar seu furta cor e assim ver solidões futuras

eu pressentindo o cosmos do caos me anoiteci

[ quando não se é dia
a anunciação da própria morte segue a certeza talismã de estimar demônios
e o cheiro dessas rosas que plantamos há tempos substitui o espaço destes calos
estes ]

- seria um caso de poesia se espelhos compreendessem o despertar das ausências -
mas esta não era uma história de amor provisório
pois isto de ser folha que cai e assim ser lágrima pulsante
requereria de um certo nível desse calor dos disposto
e sua sinceridade estava traduzida em agasalhos


eu : objeto indireto
na máscara do rastro múltiplo
caminho produzido em voltas
busquei soluto injetável
amanhecer bebido em olhos

ela : predicativo do objeto
cortina rabiscada de segredos
centenas de centelhas de sentidos
passou nos passos trêbados de insônia
a pista do soluto comprimido



PARE DE TOMAR A PÍLULA!
despejar duplo dos desejos
placebos em carne oficina
reagiu-se contra o verso a noite
gemendo outra vez em lua

outra

substituíram o nascer do sol


.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

rascunho à moça da janela


Em tua soleira grave
apoia cansada o corpo
que distraído vaga
para algo além de ti

eu ao contrário noto

tuas formas tão fenestres
por si só corrediças
não devem nem merecem
as grades que te impõem


és toda em mim passagem



Com aqueles anos que não passavam dos 17 com seu jeito de ausência pele seca e romã com aquela cara de paz com o mundo com o não ascendente que se ascendia em mistério com cortina branca areia branca de vestido branco ao casamento da nova branca paixão e de imagina-la às brancas prosas de um branco dia passou ela por mim e juro não vi...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

centelha

Eveline Almeida

eu por não saber pintar-me tão bela
feito flor quando triste
enquadro nostalgias em meu casulo
de puras incertezas
triste ainda sigo rasgando versos
de vidro deste sóbrio
coração perdido vagante desde
que n'outra primavera
estalou só pela última vez


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Do sutil ao susto

,a aquele homem mergulhador de joaninhas



1      2      3      4      5      6      7      8      9      10

es    pe     roes tar   bem  ao     ras    gar  esse   mal


espero estar bem ao rasgar esse mal

há nesse homem o desviar dos santos caminhos
por isso ofereço os meus demônios

elas que habitam uma caixa de sapatos no acaso perfeito de cadarços desarrumados e exalam a exatidão dos cheiros acostumados que por serem nossos não nos incomodam e falam noites inteiras de febre e corpo nos tons certos dos sons errados culpam por não estarem aos teus pois querem os teus desejam os teus nisso de não ter sexo e pela ausência do sexo o sexo ser mais gostoso é que pensei ser orgia pois elas me falaram meu nome é legião e que não era urbana mas sim fêmea no cio cujo maior sonho é enfeitar o mundo
-------------------------------------------------------------------------------------------- recorte aqui

por isso saímos e fizemos compras
  • roda de carro para mistério de cachorro
  • 15 modelos diferentes de copos de requeijão
           /caso o óbvio se modifique com o tempo/
  • pilhas e pedaços de fita adesiva amassados
  • anti rugas, relaxante muscular e cápsulas de 20 anos 
  • soluções injetáveis para problemas interiores
  • anti séptico para quedas em precipícios
  • 1 rim compatível e disponível para doação
    • passagens de ida para rodoviárias
    • um baú de recordar aniversários ausentes
    • ar condicionado para manter o verão

    e tudo isso se deu no dia 22 de setembro de 2007

    ao prenúncio de primavera em flor de ipê no final

    de simulado em que decidi te fazer minha custe

    o demônio que custar


    .

    sexta-feira, 17 de setembro de 2010

    Menina

    Mais um presente, agora dado pela minha poeta-amiga-aprendiz-mestre-fofura-miniatura de carregar em chaveiro EVELINE ALMEIDA, autora de 'Rabiscos' http://rabiscoseveline.blogspot.com/




    Para Flor
    menina

    desfeita

    em perfume

    de rosa

    saída

    chega

    ao longe

    o hoje

    raios

    primeiros

    de sol

    que chegou

    beija

    flor de

    bom dia

    traz tua

    imagem

    a voar

    janela

    a dentro

    destino

    cumprido

    lembrei

    de você

     .

    terça-feira, 14 de setembro de 2010

    Solstício



    no verão dá pra inventar um amor?

    [Asas e penas exercem o papel de se roçar]

    depende do nível de calor dos dispostos

    [Atrasa-se o tempo ao silêncio em sol maior]

    adoro respostas de poetas

    [olham se desviam se

    esta quente aí?

    desviam se olham]

    é... o ar condicionado não funciona

    [tensiona-se o rabo em pequenas tesouradas]

    mas se funcionasse ainda seria verão?

    [espera sustenida de melancolia]

    o verão não acaba por um frio de máquina

    [

    uma andorinha

                      só

    não faz
                              verão  
    ]

    terça-feira, 24 de agosto de 2010

    Soneto ainda não postado



    o amor controla as veias das procelas
    cantando chuvas velhas ventos templos
    renascem Dela belas gotas sangue
    o amor controla todo firmamento

    controla o tom magenta fim de aurora
    argila que refaz tal monumento
    de corpos que se doam pelo instante
    qual tântrico ao amor expande o tempo

    levanta os braços pássaro e avança
    e dança nessa valsa de controle
    guiando os que de amor se fazem pesos

    e passam sem saber porque se dança
    sonâmbulo torpor de que se abolem
    de amor se vagam alma pelo avesso
    .

    terça-feira, 17 de agosto de 2010

    Silêncio


    eram pequenas as moedas e doces
    iam para além de nuvens rarefeitas
    misturavam pássaros, pedras e algas
    sussurrando chuvas, cheiro e silêncio

    - ela era a pequena bugiganga
    a não dita dos contos de fadas -

    a regência com que ela regia as horas
    permanência com que ela fazia sonhos
    fazia de si uma pequena promessa

    a vomitada das ondas inteiras
    de não haver nada não lhe havia lugar
    devia infinita a madrugada frouxa
    asco pela perda que feria os pés

    dos sonhos que certamente não teve
    presença lhe aflora último segredo
    tão breve o sabor de único detalhe:
    madrugada jamais lhe cobrará
    .

    quarta-feira, 11 de agosto de 2010

    expectações


    Gabriela Alencar

    a regência deu carinho, carinho, encontro
    ela era minha carapaça naquela noite
    por causa do encanto dos poemas
    pela caminhada entre os lumes frouxos
    sustos e pensamentos além mar
    e nossas gêmeas tão lindas
    arranhando nossas pernas imundas
    estão crescendo juntas
    você não tem lugar,
    mas eu sei que é o bastante
    para suprir a promessa que fiz
    a madrugada inteira, ode inteiro
    uma bolinha complexa dentro de mim
    quicando com o que nunca foi dito
    com a originalidade de ninguém mais
    sei bem que a maior dádiva minha
    é o que ele não pode dar
    que você não esconde de mim, mulher

    terça-feira, 10 de agosto de 2010

    Pois,


    o teu beijo pouco importa
    puro efeito dos afetos
    nada mais falível tato
    que mergulhar no vão vazio
    ser freqüência momentânea

    voz que me impinge ao desejo,
    ser a tua boca me importa
    nisso que se concretiza
    o destilar da tua ausência
    preenchendo o vazio em caos
    .

    sábado, 7 de agosto de 2010

    poema feito por meus 5 anos


    Orquídeas

    chocolate 
    - diet -

    e cinco 
    minutos
    de coçada 
    nas costas...

    café 
    da manha

    omelete 
    com queijo

    uma cartinha
    selada com um beijo

    ...

    a
    importância 
    que
    merece

    não
    sei
    mais 
    como
    te
    dar

    mas
    saiba 
    que
    sempre 
    - e sempre -

    sua 
    filha 
    vai 
    te 
    amar

    .

    domingo, 25 de julho de 2010

    Lièvres‏


    nisto que misto de negro e paciência
    sangra a pele por um resto seguro
    plausível se faz em hora obediência
    libras e lebres mortal e maduro

    engrossa teu sangue que a noite abarca
    mistura em areia silêncio de pedra
    do pó vira pasta ao molde que passa
    teus planos desfeitos no susto a letra

    o resto de morte que em mar se esconde
    eterna na noite tangente o grito
    embala o ensejo disso não feito

    tendência assusta a palavra que conte
    distância procura o que já transcrito
    mal revelado na ausência de um beijo
    .

    segunda-feira, 19 de julho de 2010

    Ao nome de...


    cabe ao que sinto a dor do que se passa
      ao mito que desvenda inexistência
        outros lábios sentem a carne escassa 
           o rito caça se em outra iminência
               caçada ansia laço leve perpassa
                  ... desejo se faça a dor em ausência

    .

    quarta-feira, 7 de julho de 2010

    FÉRIAS

    quinta-feira, 1 de julho de 2010

    Boa tarde, Julho!


    ser o sertão de minhas coisas
    essas que me explodem adentro
    e me enfraquecem na lembrança
    força que se estende na ausência
    por amor caridade imploram
    desde onde brota o impiedoso
    para além dos signos lançados
    que esteja ausente, por todo ar
    que ainda me sobra esteja ausente
    é preferível o teu vazio
    tua presença revela abusos
    cicatrizes rubras que escondo
    mãos que estendem involuntárias
    este corpo em clímax de morte
    abarca mudo o mundo inteiro
    em preferível dor de grito
    a tua ausência que cala o peito
    me é melhor que o silêncio dito
    .

    sexta-feira, 25 de junho de 2010

    paleta


    a rotina do sol
    serve seca certeza
    solidão

    geometria da angústia
    foge a intenção de hoje
    outra face

    plásticas e não cores
    fundem - se por matizes
    tarde passa

    corrigido seu medo
    detrimento ousadia
    se esquecer
    .

    sexta-feira, 18 de junho de 2010

    Objeto

    Olliver Mariano



    Para Flor

    A cadeira de madeira branca
    Presa à grade amarela
    Rompeu a corrente
    E fugiu.

    Foi ser trono de centro.

    Não superou os golpes de cetro
    Do Rei
    E da Rainha.

    Foi ser Cátedra da Academia.

    Enfarou-se com tanta Cerimônia
    E Reverência.

    Foi ser banco de igreja.

    Ouviu credo
    Viu romaria
    Mas na hora do amém…

    Herege!

    Preferiu brincar com cores
    E foi pela aquarela
    Preta, vermelha,
    - amarela.
    Descoloriu.

    Quis ser de vidro

    Se surpreendeu

    Mesmo na transparência
    Sua velha condição
    Gritava

    Suspirou


    Precisou ser outras
    Para ser,
    Presa na grade amarela,
    Cadeia
    De madeira
    Branca.
    .
    .
    .

    quinta-feira, 17 de junho de 2010

    Tempos que não posto assim


    x3:
    lá vem a chuva de novo...

    -': 
    (L)
    amo
    gostei de uma pessoa
    uma vez na vida
    q era toda chuva
    chuva toda vez
    me lembra
    isso

    x3:
    ah é?

    -':
    sim
    nao queria
    mas sim
    [...]
    mas
    a chuva de quem eu gostava
    hoje nao existe mais
    .
    O céu, cinza...
    as nuvens partem
    camufladas.

    ah...

    minha casa, escura.

    e eu...
    estou cansada.

    ...

    no céu escuro
    as nuvens, cansadas
    partem
    camufladas
    ...

    ouvindo a chuva.


    x3:
    parou de chover
    .
    .
    .

    quarta-feira, 9 de junho de 2010

    -



    visitevisitevisitevisitevisitevisitevisitevisitevisitevisitevisitevisite

    .

    Pra nao dizer que nao falei da Flor

    Thaise Monteiro

    Delicada (a) mente trouxe
    a lembrança de tua metafora primeira
    um tormento, um rompimento houve
    dividiu-me corpo de alguma maneira

    o verso assinado Flor
    se digo agora amor seira rima
    e nao teu cheiro que em mim sublima

    peço: caminha lentamente
    todas as noites
    em que deixar teu leito
    e visitar meus sonhos

    tuas mãos raizes em mim
    Regada a Flor
    Geme e grita a dor
    Desfecho da noite do verso o fim

    domingo, 6 de junho de 2010

    pequeno pólen às três da manhã


    não deves entrar aqui
    teu sono é maior que minha cura
    e a madrugada minha melhor companheira
    o silêncio dos teus passos não ditos
    epanta-me sonho o momento em que sinto
    aquietado o corpo no gosto de teu desejo

    e não me importa qual for a tua jura 
    tu me deves uma madrugada inteira...

    mas por enquanto, durma.

    .

    terça-feira, 1 de junho de 2010

    Coisa descartada


    ao que se mora dentro a caixa aberta
    ou que se esconde preso junto a borda
    abolem a ânsia bem ou mal pois por
    dentro e fora é Padawã

    que não entendia caixa algo assim tão leve
    amadeirado de recife o limpo
    nanquim que chora de repentes em
    sons os tons conhecer 

    reconhecido em seus vazios de caixa
    lhe resta agora em esperança poeta
    livres dos males já libertos ter
    liberta a sua pandora
    .

    segunda-feira, 24 de maio de 2010

    Uma lembrança para você:

                                                                                            "O 
                                                                                             arrepio 
                                                                                             na 
                                                                                             nuca 
                                                                                             dos 
                                                                                             dias 
                                                                                             de 
                                                                                             chuva 
                                                                                             em 
                                                                                             que 
                                                                                             chorava 
                                                                                             na 
                                                                                             janela 
                                                                                             e 
                                                                                             não 
                                                                                             tinha 
                                                                                             medo 
                                                                                             dos 
                                                                                             trovões."

    segunda-feira, 17 de maio de 2010


    As vezes, tarde, enquanto pássaros
    órficos entoam canções mudas
    e a luz do sol se esconde em nuvem
    e as folhas daquela laranjeira
    tecem grande colcha sobre o chão
    o vento vem beijar meus cabelos
    e contar mentirinhas no ouvido
    conta que o sol fez belo vestido
    e haverá um grande carnaval céu
    e Deus será a maior das alegorias
    conta que a flor se enfeitou de véu
    prendeu os cachos e entrou no jardim
    convencida, arrumaria marido!
    conta que você gosta de mim
    embora tenha, bêbado alegria
    beijado a moça que te desfazia
    quanta ventania! O sol se libera
    de mais uma das nuvens e tenta
    com seus raios, consertar este dia
    porém já é tarde, já é noite... E tão
    grande é a nuvem que em mim se chovia.

    In racionale...



    Para o menino que só tem pelos

    Na metade de cima da mão

    e cujo rosto feio e cabelos

    carecas de caretas em carvão


    P'ra Clarice Lispector sentada

    Em canto direito em sala atenção

    Que pensa no sentido de nada

    Que ouvido lhe presenteia em canção


    Vi que pintaste as pontas de louro

    Está um tanto quanto lisboeto

    Nesta sem graceza de encarnação


    Dedico a vocês esforço agouro

    Que foi fazer este racioneto

    Segredo: minha primeira escanção
    .

    quinta-feira, 13 de maio de 2010

    Poema bobinho



    De persegui-la e vê-la se esfregando em coisas
    Procurando a tua razão de causas
    Descobri sábio cego e lúcido
    Que das sete vidas que me concedera
    Seis caíram-se cadentes
    No céu de minha boca
    Sem o belo êxtase de brilho de cauda de caramelo de minha mãe
    De vê-la apoiando-se em paredes
    De não conseguir barganhá-la com ração
    De entender que queres que eu libere o portão de tua saída
    O mesmo que libera a entrada de teus inimigos
    De admirar-me que mesmo estando liberada volta
    Ao perigo de carro, ao cachorro de rua
    Ou simplesmente por voltar
    De retornar a não entender seus porques
    De saber que sonhas com vôos 
    E por isso se exibe com pássaros
    De tua carente exigência de atenções
    De teu contentamento com a pequena corda laranjada
    Ou com a água corrente das pias
    De ser fruto de minha união com minha querida
    De me irritar tanto à hora de acordar
    De me consolar tanto à hora de dormir
    É que gosto tanto de ti
    Meu cinho de gente
    Mi(nh)a
    Nicole
    .
    .

    sábado, 8 de maio de 2010

    Um outro poema ou A metáfora originária ou ainda Poema sobre a aula passada...


    O tempo... Aquele ditoso sem marchas
    Cavalga à cintura de minha sina
    Repousam-se Luas, Plêiades e Órion
    Em meia noite de Safo
    Estou deitada sozinha

    Felizes os que se enfeitam de flores
    Felizes os que degustam-lhes fruta
    Meu corpo, mural de mistérios
    Descoberto qualquer de ornamentos
    Entrega-se a ti em matéria bruta

    Purifica-me em fogo este aquém de teu corpo
    Aderência ardente de meus sentidos
    Faça-me injusta - paixão da linguagem
    Metáfora viva em previsão sibilante
    Absurda, ou derradeiramente impossível

    Mas ainda é meia noite
    De meu corpo apenas o líquido
    Oleosamente viscoso - pois ainda paradoxo
    Desliza dele em pernas o tóxico
    Trançado de multiflores mornas fantasias

    Óleo raro de curandeira
    Em encantos em rastros guia
    Acordemos justos sobre jura do tempo:
    Mato a tua sede em minha cura
    Se construir-me em ti eterna poesia
    .
    .

    quinta-feira, 6 de maio de 2010

    Nada melhor que comemorar o novo


    Lembrando-se do que já passou...



    Seguem dois poemas velhos escritos por mim no auge de minha espinhez e desenterrados da memoria por uma sereya que feliz-mente descobri tão joanesca como eu...



    Pensamento para Joana

    Joana, olho para os lados
    Procuro e não te vejo
    Joana em cada canto
    Joana em cada beijo

    Joana nos jornais
    Joana no desejo
    Joana te procuro
    Procuro e não te vejo

    Joana em cada gesto
    Joana em todo meio
    Joana nas lembranças
    Joana no desejo

    Joana em lindo céu
    Joana ao relento
    Atrás do espesso véu
    Joana foi com vento

    Perdido seu sem nuvens
    Joana em pensamento

                                   23/01/2005

    Poema para Joana

    Amo Joana
    Mas Joana não me ama
    Joana ama Andre
    Que só ama quem quiser

    Sofro Joana
    Adoeço e estou de cama
    Mas Joana não me ama
    Joana ama Andre

    Ando Joana
    Ando mesmo, vou à pé
    Ando léguas de distancia
    Mas Joana não me quer

    Vivo Joana
    Mas Joana ama Andre
    Adoeço e estou de cama
    Ando mesmo, vou à pé

    Morro Joana
    Vou pro céu azul sem cor
    Ver se lá eu viro anjo
    Pra cuidar de teu amor

                                    03/02/2005



    14 anos... 
    Oitava Série... 
    Amanda, Arthur... 
    Vinicius e Carlos 
    (de Moraes e de Andrade)... 

    Boas lembranças pra um dia de sol
    Tão assim, guardadas no armário 
    Junto com os poemas de Joana 
    E erros de dicionário
    .
    Boas lembranças pra um dia de sol
    De um feliz aniversário...

    ..
    .

    segunda-feira, 3 de maio de 2010

    Humming



    Foi quando ele foi respirar


    No exato instante do puxar de respirações

    Ou um pouco depois, momento de que se enchera os pulmões...

    Não, não tinham cheiro de cigarro

    Nem exalavam odor qualquer

    Quase sorria tamanho o êxtase de sua insuficiência

    Estava em plenitude de insignificâncias

    E contemplava-se admirado e feliz

    Deixei que me tocasse

    Gemi-lhe um gemido de coragem e lhe contraí

    Deixei que sua boca me guiasse

    Completamente seguro de si

    Foi quando ele foi respirar

    Pressenti esse inalar encanto de esperanças

    Cruzei-lhe os dedos e bebi seu vinho

    O palco gemeu sozinho

    Sibilantes sussurros pleiteavam

    Uma platéia de ninguém

    Bebia o vinho dos infelizes

    Ébrios incapazes de crer

    Esse Sangue escarrado de uvas vermelhas e cinzas de rosas contradiziam-lhe

    Os olhos de que nunca saberei

    Líricos de uma fria madrugada...


    Foi quando ele respirou

    Foi quando eu o matei
    .
    .
    .

    sexta-feira, 30 de abril de 2010

    Padaria


    Aguardo-me 
    Como o pão de minha mae que ficava horas descansando no forno
    até crescer...
    E exijo por malogro
    Imposição mista de pele  
    Que entre poemas cafés da manhã
    Me espere


    Te proibo de morer!
    .
    .

    segunda-feira, 15 de março de 2010

    Menina





    Menina 

    Feita de pores-do-sol 

    E passos de dança

    Armadilha

    Presente distante

    Um dia a lembrança

    Há de me surpreender

    Quando meu corpo já cansado

    De peregrinar neste calçado

    Dançar sem querer

    E deste (descom)passo descontínuo

    Entender que é o destino

    Me lembrando de você

    .

    terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

    Boa noite, Fevereiro...


     Você já está quase indo...

    Hoje estou com muita muita raiva de uma cidade chamada Brasilia...

    Que rouba todos... Todos os meus amigos.

    Já to com saudade ...

    sábado, 23 de janeiro de 2010

    Boa noite...


    Esta noite sonhei
    Que apenas um abraço seria necessário
    Então tudo estaria bem...



    Abri meus emails e descobri
    Que era apenas um sonho...
    .
    .

    domingo, 17 de janeiro de 2010

    • NOTAS DE UM OBSERVADOR •

    1. Ha um ano atraz a menina revelou metade de suas verdades para os pais
           [6... 12... 15...] Sim, lhe restava apenas uma, mas essa tinha peso 2.

    2. Nunca vira sua mãe em tamanho estado de choque, e essa imagem ainda lhe persegue noites a dentro.

    3. Acabara exatamente hoje 'A menina que roubava livros' e não suportava a ideia de mais um dia em compania do livro.

    4. Não existem coincidências. 

    5. As pessoas morrem.

    6. Os seres humanos me assombram.
    .

    364


    sei que esses 364 dias em que me deixei levar
    nada foram como eu sonhava ser

    trata-se de uma sensação diferente

    uma capa de calor aquietante...
    o mesmo que eu sentia quando pequena
    quando caçava borboletas ao sol

    as lágrimas se dão pela saudade
    impossível não leva-la junto a mim
    cada uma delas alimenta esse rio
    que sem ondas nem correntezas
    consegue ainda me levar

    perguntam-me o meu destino
    eu cantarolo baixinho
    a musica de anos atras
    e o meu destino é querer sempre mais

    a minha estrada corre pro teu mar

    .
    .

    sábado, 9 de janeiro de 2010

    Morte e Chocolate





    Primeiro, as cores.


    Depois, os humanos.

    Em geral, é assim que vejo as coisas.

    Ou, pelo menos, é o que tento. [...]



    [...] uma pequena teoria

    As pessoas só observam as cores do dia

    no começo e no fim,

    mas, para mim, está muito claro que o

    dia se funde através de

    uma multidão de matizes e entonações,

    a cada momento que passa.

    Uma só hora pode consistir em milhares

    de cores diferentes.

    Amarelos céreos, azuis borrifados de

    nuvens. Escuridões enevoadas.

    No meu ramo de atividade, faço questão

    de notá-los.


    Já que aludi a ele, o único dom que me salva é a distração.

    Ela preserva minha sanidade.

    A Menina que Roubava Livros,  
    Markus Zusak

    quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

    Roll back


    Esta solidão que escorre de meus olhos mornos
    Forma rios à procura de vida
    Embora haja vida ressonante ao lado

    Solidão à procura de renovo
    Sonha e cai em sonos mais antigos
    Implica o irmão, lhe grita aos ouvidos
    Enquanto dores passadas lhe dão a mão

    Cuidado solidão!
    O passado se torna uma armadilha
    Lhe mostra a seguir aquela velha trilha
    Com as mesmas pedras de silêncio e dor

    Mas sabes que tambem no fim o caminho
    Há de selar teu destino
    Pra bem longe do amor

    sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

    Bom dia, Janeiro


    Bom dia...

    Bom dia, 2010...

    Bom dia a quem conheço...

    Bom dia pessoas q não conheço...

    Bom dia a quem um dia pensei conheçer...
    .