sexta-feira, 18 de junho de 2010

Objeto

Olliver Mariano



Para Flor

A cadeira de madeira branca
Presa à grade amarela
Rompeu a corrente
E fugiu.

Foi ser trono de centro.

Não superou os golpes de cetro
Do Rei
E da Rainha.

Foi ser Cátedra da Academia.

Enfarou-se com tanta Cerimônia
E Reverência.

Foi ser banco de igreja.

Ouviu credo
Viu romaria
Mas na hora do amém…

Herege!

Preferiu brincar com cores
E foi pela aquarela
Preta, vermelha,
- amarela.
Descoloriu.

Quis ser de vidro

Se surpreendeu

Mesmo na transparência
Sua velha condição
Gritava

Suspirou


Precisou ser outras
Para ser,
Presa na grade amarela,
Cadeia
De madeira
Branca.
.
.
.

2 comentários:

Pâmela Grassi disse...

izabela,

pelo blog do ivan, aqui encontrei o seu. chama-se a atenção das palavras, bem como do plano de fundo. um labirinto que se coagula,

parabéns!

abraços

Flor disse...

Obrigada Pâmela.

Seja sempre muito bem vinda ao meu labirinto!!!

E como sempre digo, perca-se se puder. Pois perder-se aqui é achar o caminho.