terça-feira, 24 de agosto de 2010

Soneto ainda não postado



o amor controla as veias das procelas
cantando chuvas velhas ventos templos
renascem Dela belas gotas sangue
o amor controla todo firmamento

controla o tom magenta fim de aurora
argila que refaz tal monumento
de corpos que se doam pelo instante
qual tântrico ao amor expande o tempo

levanta os braços pássaro e avança
e dança nessa valsa de controle
guiando os que de amor se fazem pesos

e passam sem saber porque se dança
sonâmbulo torpor de que se abolem
de amor se vagam alma pelo avesso
.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Silêncio


eram pequenas as moedas e doces
iam para além de nuvens rarefeitas
misturavam pássaros, pedras e algas
sussurrando chuvas, cheiro e silêncio

- ela era a pequena bugiganga
a não dita dos contos de fadas -

a regência com que ela regia as horas
permanência com que ela fazia sonhos
fazia de si uma pequena promessa

a vomitada das ondas inteiras
de não haver nada não lhe havia lugar
devia infinita a madrugada frouxa
asco pela perda que feria os pés

dos sonhos que certamente não teve
presença lhe aflora último segredo
tão breve o sabor de único detalhe:
madrugada jamais lhe cobrará
.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

expectações


Gabriela Alencar

a regência deu carinho, carinho, encontro
ela era minha carapaça naquela noite
por causa do encanto dos poemas
pela caminhada entre os lumes frouxos
sustos e pensamentos além mar
e nossas gêmeas tão lindas
arranhando nossas pernas imundas
estão crescendo juntas
você não tem lugar,
mas eu sei que é o bastante
para suprir a promessa que fiz
a madrugada inteira, ode inteiro
uma bolinha complexa dentro de mim
quicando com o que nunca foi dito
com a originalidade de ninguém mais
sei bem que a maior dádiva minha
é o que ele não pode dar
que você não esconde de mim, mulher

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Pois,


o teu beijo pouco importa
puro efeito dos afetos
nada mais falível tato
que mergulhar no vão vazio
ser freqüência momentânea

voz que me impinge ao desejo,
ser a tua boca me importa
nisso que se concretiza
o destilar da tua ausência
preenchendo o vazio em caos
.

sábado, 7 de agosto de 2010

poema feito por meus 5 anos


Orquídeas

chocolate 
- diet -

e cinco 
minutos
de coçada 
nas costas...

café 
da manha

omelete 
com queijo

uma cartinha
selada com um beijo

...

a
importância 
que
merece

não
sei
mais 
como
te
dar

mas
saiba 
que
sempre 
- e sempre -

sua 
filha 
vai 
te 
amar

.