quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Parada




A poesia por aqui
Entrou de GREVE!
Espere?
Releve?
Ou siga
E me deixe
Aqui...


domingo, 18 de outubro de 2009

Acho que sou aquele menino na lua...


Hoje
É um dia
Em que a poesia
Me invade a alma
Inunda o coração
Mas
Por mais poesia
Não há poema
Que saia de minha mão
.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CCCII




Admira-me essa minha incrível capacidade oculta em mim


Ao mesmo tempo em que fito este oceano de tristezas

E que meu corpo embala em afogar-se

Fortaleço-me em algo ausente

Futuro...

Mas que quero e me apego

Consiguindo assim soltar



Aprendi a me apoiar no concreto

No real

Aprendi que o distante às vezes faz mais mal

Muito mal



Sigo assim

Corpo em uma dança inexistente

Mente

Na lua... Na nuvem... Na borboleta...

Asas... Semente em flor

Desejando o que é presente

Que Deus me deu como o amor
.
.

sábado, 10 de outubro de 2009

Receita



Condense-me
Em teu leite condensado
Derreta-me
No seu eu amanteigado
Misture-me
Com o pó cacau melado

Então devore-me

Todo

E inteiro

Me faça brigadeiro...

(Re)vida!


Desejo a você
Manhãs de poesia
Não importa se com ou sem
Minha presença ausência
Carregada de fardos
Fartos e antigos

Faça-se tua
Minha lírica anseio
E que bebam no teu seio
Todas tuas amantes
O doce mel de minha guia

Que nossas manhãs tardes noites
Aquelas que vivemos em secreto
Revivam-se todas
No teu feto ideia lembrança minha
E que eu, e apenas eu
Seja o marco-divisa
Entre o bem e o mal

Que esse jardim secreto
Seja o referencial
.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

So very special... I wish I was special!





What the hell am I doing here?
I don't belong here
I don't belong me...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

E daí se calço tenis de skatista, uso calça de mendigo, blusa de 'menininha do visão', jacketa de motoclube e óculos de aviador...?




As vezes damos valor
A uma simples gota
Apenas por ser gota nova


Não definir a própria não definição.
E sentir esse 'sei lá'
Como algo inteiro, puro
Eu

Minha não definição agora é
A parte de mim
Que decido não entender.

E personifico essa não definição
Em voce!


O que voce quer ser?









-- Eles apenas me querem e isso é suficiente

...

-- Mas não te assusta essa sua visão de futuro?

-- Não...


-- Falo de casar, viver ao lado de uma mesma pessoa o resto de seus dias, criar crianças que se rebelarão contra voce mais tarde e para bem mais tarde do mais tarde perceberem o seus erros e se arrependerem. Acordar, trabalhar, chegar em casa e dormir... Para no dia seguinte acordar e viver tudo de novo... E a maior emoção da semana ser o frango recheado de domingo depois da igreja (isso em quanto as crianças ainda não se rebelaram). Levar o cachorro todas as noites para defecar no jardim alheio. Limpar o chão da varanda todos os dias para todos os dias de manha amanhecer sujo de novo... Dormir ao lado de uma mesma pessoa e chegar ao ponto de ser tão normal que as vezes apenas se esquesse que ela está ali... Isso não te assusta...?


-- Não... Exceto se ela roncar...


...


-- Eu sou errada por querer mais...?


domingo, 4 de outubro de 2009

Voltando à calma rotina usual do blog



Que encontrar-me
Seja sempre esta eterna busca
Não importa quantos cais tenha que passar
Que sempre haja mais um porto

Que encontrar-te
Seja sempre uma conquista
Não impora quantos lugares haverão para visitar
Que haja sempre uma nova vista

Que este amor seja sempre novo
Seja sempre uma corrida
Não importa quantas vezes tenha que me renovar
Que sempre haja um ponto de partida

Que este amor seja sempre vida!

Páginas antigas de uma lirica juvenil

E o que se segue abaixo
É uma sequencia de papeis achados
Digitados
Sem ordem nem data
Com muitas lembranças e histórias por traz
De cada escrito

Divirto(am)-me(se)

Eu

Eu sou a fusão de destinos
Sou a mescla de passado e futuro
Sou eu recém descobrindo
Sou ser em cima do mudo
Sou artista de belas palavras
Um ser não descoberto
E as rimas destas mãos escravas
Um livro ainda em aberto

Sou eu
Sou ser
Sou não
Sou construtor em construção

Engenharia do amor ou Numa aula de física

Me atrai e me repulsa
Assim funciona meu amor
Nossos atritos, nossas culpas
Num bem mal me quer de dor

Nossos corpos diferentes
Condutos e isolante
Quando penso que me ama
Vejo seu olhar distante

Eletrizados por contato
Mas é neutra sua esfera
Só depois que descobri
És ligado ao fio terra

Como posso transformar
O teu lado negativo
Pra que não repulse o meu
E me torne seu cativo?

Entre nós não há contato
Talvez tente indução
Condutor e isolante
Esse nosso coração

Doce veneno

E essa dor
Da qual eu já estou tão calejado
Torna a fluir novamente
Em seu ritmo descompassado

E desse antidoto
Do qual eu já estou envenenado
Efetiva o efeito de me enganar
Pra torturar o pobre coração torturado

Há como enganar que já esta enganado?
E como dói... Coração apaixonado...

Labirinto

Sinto a dor de não ser amada
Misto a dor de não saber amar
Sinto o fardo de ser desprezado
Sinto o fardo de desprezar

Inverto papéis de namorado
Inverto meu ser pra ser amado
Busco ser aceito
Procuro aceitar
Embora já tarde, passo a enxergar

Vejo o quero e o que não quero ver
Fecha-los agora já não pode deter
A visão do vazio já me contaminou
Perdi de onde venho, não sei para onde vou

Labirinto feroz se mostra
É meu próprio coração
Esquadrinhar a procura de respostas
Minha própria contradição

Cotidiano

Não tenho sentimentos nobres a serem escritos
Hoje não reside mim dor, alegria, saudade
Estou oca por dentro e somente meus olhos
Espiam vidas alheias neste cotidiano matinal
Tudo ocorre como normal
Normais, homens invadem mulheres
Normais, brancos e negros rumam aos respectivos ensinos
Normais, vizinhos espiam a briga alheia
Normais, cachorros e madames deixam a rua cheia
Normais, os diferentes camuflam seu futuro
Normais, máscaras deixam tudo em cima do muro
Normais, todos os diferentes guerreiam por um pouco de paz

Ameaça

Guardas em ti o sorriso dos poetas
O olhar dos loucos
O sentimento de absolvição

Apenas quer ser aceita
Apenas protege aos poucos
A vinda dolorosa do não

Traz em si o fardo da diferença
Trago a ti minha cândida inocência
Derramo tudo ao chão

E assim, seu segredo mal escondido
Agora mal revelado
Escorre-lhe pelas mãos

Pouco a pouco

Isto que tenho em mim
Palavra alguma pode dizer
Isto que tenho em mim
Ninguém poderá compreender
Embora corpo atado
Espírito por inteiro
Espírito de pé
Na dança da liberdade
Nesse eterno ballet
É a poesia de uma vida inteira
Este ceticismo qualquer
Isto que tenho em mim
É o pressentimento pouco a pouco do fim
Fim pouco a pouco sem saída
Isto que tenho em mim
É a vida

TicTac

Brigo com o relógio
Não chega a hora de te ver
Grilo com o relógio
Minutos pra saber
Falo com o relógui
Ele não sabe correr
Espero o relógio
Na esperança de você

Fuga

Olho para casa
Contemplo velhos móveis
E pela primeira vez
Me sinto alheia a tudo isso

Já não pertenço mais a este lugar
Nas paredes brancas e frias
Não se abriga meu espírito
Me sinto só

Com o peso do mundo em minhas costas
Velha demais para o sim
Criança demais para o não
Sinto-me distante de tudo

Vôo com os pés no chão

Metalinguagem

Às veses
Me vem o poema
Pé ante pé
E me diz como quer ser escrito

Às vezes
Me vem o poema
Veloz como o infinito
E se joga no papel, já dito

Às vezes
Me vem o poema
Triste como fardo envelhecido
E sai de mim vomitado, aflito

Às vezes
Me vem um poema como este
Um tanto desbotado
Esquisito

Descobre-se

Descobre-se muitas coisas
Em ambientes inesperados
Descobre-se, por exemplo,
Em meio a uma briga
Que azul é a parede do quarto do namorado

Descobre-se no inesperado
O tempo perdido
Descobre-se inesperadamente arrependido
Descobre-se desejo, amor
Descobre-se desgosto depois do amor
Descobre-se quem o copo meio cheio
Sempre foi meio vazio
Descobre-se o fim
E de tantas descobertas
Descubro-me a mim

18 FORTE

O que leva
Dezoito fortes soldados
Caminharem armados
Em direção à tropa de trezentos?

O que leva
De ultima hora
Um civil aderir ao movimento?

Quais motivos levam
Pessoas combater
Com a certeza de morrer?

Quais os ideais são mais valiosos que a vida?
E qual tipo de vida
Se troca por um ideal?
Homens
Encurvados andam
Pesados
Fardos mandam
E cantam seu canto de morte

Os olhos
Não se levantam
Os corpos
Não se encantam
Os membros
Só se balanças
E dançam sua dança de morte

Os rumos
Não se alcançam
Destinos
Não se destrançam
Os pés
Bolhados se cansam
E vivem
Sua vida de morte

Retilínio

Viver
De forma épica
A total nostalgia da loucura
E ingressar
Na academia brasileira de erros

Isto é o simples nascer
Viver da indiferente inclusão
Vivida à custa de anos
Somada ao sabor das paixões

Obedecer a padrões
Que nem sabemos quem impõe
Somos cegos do castelo
Formado por liberdades

Fazer da vida
Uma poesia retilínea
De quatro versos à estrofe
Sempre terminando em rimas

Padrões, padrões

E se eu quiser pular uma linha?

Haicai de jardim

Escrevi teu nome em terra preta
Terra preta
Alma preta de vilão

Escrevi teu nome em tinta fresca
Na alma preta de tão branco coração.

Aprendiz de feiticeiro

Grandes poetas me iluminam
Na escura noite me dizimam
E me mostram que na vida
É melhor saber
Que nada sei

Sonho e esperança
São loucuras de criança
A falsa ilusão da vida tão bela
Escrevo pra quem lê
Mas me importo com quem entende

Cade tu que foste embora
E sozinho me deixou
Disseste: Não é hora
Sozinha com quilos de cartas de amor

Grandes poetas dizem
Que escrevem por vingança
Fantasiam coisas belas
Pois não sabem ser criança

Não sei escrever como Clarice
Ou rimar como Drummond
Tão longe de Vinícius
E tão perto do coração

Poesia é emprego
Pra quem não tem legado
Poesia é desespero
Pra quem está desempregado

Infância

Três irmãos
Sem os pais
Pic esconde
umdoistresquatrocincoseisseteoitonovedez
Caixa de roupa
Fecha a tampa
Silêncio
Escuro
Atento ao mínimo barulho
Silêncio
Silêncio
Silêncio
Silêncio
Escuro
Escuro?
Ar
Ar
Ar
Ar
AR!
Silêncio
Socorro!
AR!
AR!
AR!
Tampa
Luz
Cega!
Um Dois Tres, Izabela!

A paz do Senhor, Irmão... ou O desabafo religioso

Não me deixam sumir
Não me deixam existir
Não me ajudam a levantar
Pois não admitem que caí

Não me deixam abandonar
Nem ao menos me distrair
Tenho que continuar a caminhar
Sem nem ter pra onde ir

Só quero que me deixem aqui

Maior que o infinito é o incolor

A vida lentamente
Seca a via letal
E meu sangue já empedrado
Se torna estático fatal

Pelo vidro do apartamento
A moça passa
Almoço passa
Cachorro passa
Milhares dele passam
O ônibus passa
O tempo passa
Fumaça

E eu
Telespectrado
Passo também
Envidrojaulado

Eu nela

Essa janela
Que presencia meus dias
E eu presencio seus dias
E nos presenciamos
No presente presente
Presenciadamente
Presenciado

Essa janela

Dá para o futuro...

Elacentrismo II

Ela ri tão distraída
Flutua tão esquecida
Que não se pode voar

Mas ela Voa... Voa...
Voa em mim
E acaba comigo

Tão inocente, Bela
Sonha beijo de novela
Procura seus verdadeiros amigos
Ela,
Que voa
Flutua
E acaba comigo...

Natação

E que se delete tudo o que
Por mim escrito
Seja anterior ao agora

O vazio em mim
Obscuro e insaciável
E tão profundo
Que nele me mergulho
E perco a respiração

Uma vez mergulho
Não há superfície
Não se chega a nado
Nada
Tenta inutilmente se restaurar
Uma vez mergulhado
Nada mais há de salvar

Elacentrismo I

Ela
Que traz em seu olha toda a sua história
Que traz em seu sorriso tudo o que é e tudo o que gostaria de ser
Ela
Que parece forte
Que se mostra inatingível
Ela
Que fecha os olhos e parece estar tão longe
Que nos faz beber o fel da dúvida de seus silêncios
Ela
Linda
Bela
Incrivelmente mais bela ainda
Ela
Que exala perfume de flor
Que tem gestos de flor
Que tem risadas de flor
Que se faz flor
Ela
Que guarda no coração a criança do passado
Que tem em mente a moça do presente
Que tem no corpo a mulher do futuro
Ela
Que é tudo isso em uma só

Ela!

Que mudou toda minha vida em apenas uma semana
Ela
Que me deu um motivo pra acordar
Que me fez sorrir pela minha própria felicidade
Não pela alheia
Tudo parece ser bom pelo fato de ser como é
Ela
Que deu sentido às estrelas
Que deu motivo ao sol
Que deu as flores, perfume
Que deu à vida, cor
Ela
Que me deixou sonhando acordada
Que me deu noites em claro
Que encheu meus fins de semana
De saudades e dor

Ela!

Que me trouxe de volta o amor...

Que me faz querer mudar o mundo só para dar a ela (e somente ela) um lugar melhor
Ela
Que quando chora me faz sentir tão impotente diante de tanta situação
Que me faz sentir o quanto sou estúpida em pensar que tenho problemas
O quanto sou mesquinha
O quanto egocêntrica

Se eu pudesse...

Ela não choraria nunca
E cada dia seria diferente para ela não se cansar
Ah se eu pudesse...
Mudaria pensamentos
Mudaria pessoas

Se eu pudesse seria um samba
Um rock
Eterna bossa nova

Seria poesia até o anoitecer
Seria chuva
Seria outono
Seria mar
Seria brigadeiro com sorvete na TPM
Seria doce sem engordar

Se eu pudesse ela nunca iria sofrer
Se eu pudesse
Ela iria me entender!

Se pudesse faria a vida Slow motion
Para ela aproveitar
Se eu pudesse contaria ao mundo nosso amor
Refaria todas as estradas para encontrar as delas ainda menina

Se eu pudesse
Teria Carolina!

F. Cuntin

Ao avesso das ruas ando
Como o coração sempre procurando
O que minha mente sabe não estar aqui

Aquele que pinta a alma
Com arte tece além da visão
Aquele que com muita calma
Me serve de inspiração

E que a tantos quilômetros
Consegue me enternecer
Pois não há distância
Que o coração possa entender

Ao avesso das ruas ando
Com o coração sempre procurando
Onde estará Fernando?
Onde estará você?

Sonhos em calor quente de verão II

Sol

Seus raios me cortam

Sua luz me expande

Seu sopro dá vida

Sol

Um maluco, um louco

Confunde seu corpo

Com a avenida

Sol

Outra morte suicida...

Conversões

Pensar
Que já não amo outro garoto
Viver
De paixão ou de desgosto
Amar

Sofrer
Por um instante a dor de todos
Viver a carne fraca de outro corpo
Entregar

Levar
Sob as coistar um sinal novo
Viver a todo instante um cego louco
Finalizar

Contar ou não contar?

Premières leçons

Je viens remettre
À dame qui me dompte
Tout mon amour
E tout mon désespère

Je désire votres lèvres
Mais ils ont une maîtresse
Je te possède dans mes rêves
Mas juste après
Je réveille dans vide

Ne reste pas plus espérances
À moins t’admirer
Dans le silence de mon regard
Et continuer à désirer
Sucante moi force vital
Désespérée pour te faire réal

Perfumes

Por incrível que pareça
Só agora
Quando estou sozinha
Exalo os mais doces perfumes

A solidão
Minha companheira de muitas horas
Revela partes de mim
Que ninguem vê

Apenas linhas
Gosto e pó

O exalar dos mais diferentes
E doces perfumes
Inebria-me, enlouquece-me
Mata-me e amortece-me

Amortece a queda
Do salto ao vácuo
Inebriante, enlouquecido
Mortífero, Amortecido

E só

Arte em pé

Meus sentimentos

Transcrevo em linhas

E por coincidências inexatas

Acabam me saindo notas



Em minhas mãos

Descrevo os dias

E por coincidências inexatas

Acabam me saindo notas



Em meus pés

Relembro as dores

E por coincidências inexatas

Acabam me saindo passos



Em meu corpo

Desenho as cores

E por coincidências inexatas

Acabam me saindo notas



Em minha alma

Coincido a vida

E por certeza exata e concreta

Eu apenas tenho fé.

Cava Brava

Suficientemente pronta
Para que? pergunto ao lago
Reflita...

Como captar esse momento?
Casais de namorados
Um chafariz e pouco vento
Deixam-se ao sol tartarugas urbanas
Deixam-se à lua, tribos humanas
Pessoas e pombos tentam entender a vida
Um enorme tédio de tres horas da tarde se contagia
Como captar este momento?

-- Tire uma fotografia.

Lago, lago...
Reflita...

Vento no litoral

Renato,

Cadê o vento para levar tudo embora?
E não há horizontes para me distrair
Não ha mais ninguém dentro de mim

Renato,
Agi tão errado... Sem querer...
E o tempo também errou
E não há mais ninguem comigo
Mas claro...
A vida continua e
Se entregar é uma bobagem

Estou cuidando de mim
Mas já não ha planos de ficar bem

Não como ser feliz

Achei...
Cavalos...
E espinhos

Renato...

Infanto-angustia

À procura da conserva inútil de mim
Sob a missão de me encontrar assim
à espera incompreensiva de um eu
Sob o julgamento de um ser que será só meu

Disparam flechas envenenadas do conceitos
Pré fabricados, modelos
Sinteticamente preparados
Aroma artificial de mau-olhado

É preciso um novo dia.
É preciso acreditar no fim da hipocresia
O mundo será um lugar melhor

É preciso crer.

Mão

Sempre que chegava era uma invasão.
Arrombava a porta do quarto como se assim arrombasse-me a vida. E ordenava sua vontade seca, que independia da minha.
Às vezes nos enganava com uma leva sugestão de emoção em sua voz. E íamos, como se hipnotizados rumo a seu guizo.
Perdia muitas vezes o elemento surpresa pelo som inconfundível de seu pisar, que não sabia ser manso...
Porem, a cada porta aberta, um salto do coração. Como se portas fosse muros que a transporiam de seus determinados objetivos.
E quase nunca transpunham...

Era do gelo

Houve uma época que você não era assim...
Ouvi isso pela manhã e essas palavras ecoaram dentro do meu vazio...
Houve?
Me questionei como se com isso conseguisse me levar a uma resposta
Em vão, pois esta resposta de mim sou eu e essa é minha contradição.
E como não gosto de contradições não procuro mais respostas.
Embora isso também seja a própria contradição...


Houve uma época que você não era assim...
Questiono-me se aqueles momentos de sanidade (ou felicidade, chame como preferir) não eram apenas períodos interglaciais. Pois mesmo são, a neve às vezes caía sobre minha pessoa e minha tristeza me lembrava que não era eu quem estava no controle.
Tristeza e neve são insanidades, porem é nesse exato momento que tenho um encontro comigo mesma e por um breve momento fico em paz
Mas talvez, momentos de tristeza sejam períodos glaciais e estes é que se encontram entre períodos maiores, que não saberia denominar.
Tudo depende da maneira em que se enxerga as coisas...
E eu enxergo a ambas...

Infanto-dor-de-cotovelos ou adiantando

De que adianta
Se tudo volta
Com tanta força
Que é capaz de derrubar

De que adianta
Se depois da pequena onda
Vem outra pra te afogar

Sem prancha de surf
Sem saber nadar

De que adianta lutar?
Mas de que adianta me entregar?
Deixo-me estar...

De que adiante te esquecer?
Basta um olhar teu
Pra me derreter
Mesmo olhar sem querer...

De que adianta não esquecer?
Minha sentença tu já me deste pra ler
Meu coração já não serve pra você

De que adianta lutar?
Mas de que adianta me entregar?
Deixo-me estar...

De que adianta se me for?
Levo-te comigo
Levo teu amor...

De que adianta se não for?
Frio deserto sem teu calor

De que adianta lutar?
Mas de que adianta me entregar?
Deixo-me estar...
 

Haicai em guardanapo

Não posso dizer que me errei
Vida velha que eu sei
Tudo volta com ardor
Velha vida sem pudor

Ondas voltam ofegantes

Dor

Sonhos em calor quente de verão

Brasilia,
Capital federal

Domingo,
Início mês de natal
A mesma noite escura
A mesma musica ao fundo
As mesmas rotinas cansadas
Rotinas fatigadas
Do convencional

Brasilia,
A mesma esperança do novo
O mesmo ritmo do velho
Os mesmos padrões, o mesmo povo
Os mesmos rótulos genéricos

Brasília,
Meus excêntricos mistérios...

Infanto-amor II

Chove em Goiânia
O choro de Cazuuh
Todo choro
E toda triste ilusão do não compreender
Do dar sem receber
Chove em Goiânia
Toda dos do desfazer

Chove em Goiânia
O choro de Cazuuh
Toda sua dor troveja aqui
Todo amor se transpões assim
Chove em Goiânia
Cazuuh em mim

Infanto-amor I

Desafiando a sã consciencia
Desafiando as leis da ciência
Desafiando toda convenção
Desafiando o sim e o não
Amo você

Desafiando palpites e caras
Desafiando cintos e varas
Desafiando todo o universo
Desafiando o verso e o inverso
Amo você

Desafiando o sem querer
Desafiando ser ou não ser
Desafiando quem não quiser ver
Desafiando a mim e a você
Amo, amo e amo
Amo pra valer...

Lição de poesia

-- Não dependa de pessoas.

Me diz a própria palavra

-- Não dependa de pessoas e aprenda a ser só.

E como um infanto-aprendiz

Me resigno a ouvir

Absorver


-- Tenha cuidado com o que dizes e, de preferência, não diga.

Continua sua lição...

-- Palavra lançada não pode voltar e é esta sua missão.

-- Limite-se a escrever e faça disto seu castelo.

E se retira, tão silenciosa quanto veio

Palavra silenciosa...

Me ponho a pensar...

Então a própria palavra quer me calar?
.
.

Resolução

Olhemos

A partir de agora

Por outros ângulos



Mudemos

De posição



Tomemos

A tão adiada decisão



Optemos

Pelos sim ou pelo não



Cresçamos

Enfim, então?



Enfrentemos

A tão adulta oposição



Lutemos

Mesmos sozinhos

Sem nada na mão



Procuremos

A chave

A solução



E enfim, então



Voltemos

A antiga posição

Apara dor

Fizeram do meu coração
Tripas,
Resto de carne adormecidas
Pedaçoes fétidos do meu ser

Fizeram de todo resto
Um resto
Fizeram do meu tudo
Um nada

Objeto sem uso
Xícara no aparador
Restos mortais
Do que quer que eu for!

By.: Flor e Pâm...

23.11.05 - 08:41:10s


- Carta de 12.08.2006

Goiânia, 12 de agosto de 2006

Amada Amanda,
Como uma erva daninha que, rasteira, se apega de tal forma a árvore e seus frutos, muda sua paisagem, rouba seus nutrientes... Assim é a podridão do mundo em mim.
Sinto em cada parte de mim os gritos, dores e gemidos de um mundo doente.
Já não sei para onde ir e nem sei se quero ir a algum lugar...
As coisas que faço não dão resultados e, quando a terra consumir meus ossos, nada do que faço irá servir, tudo passa... Tudo sempre passa...
Escrevo versos que só eu ouço. Canto canções que ninguém mais diz. Me consumo com minha própria melancolia.
Continuo com minha estranha mania de amar a tudo e todos incondicional e doídamente, mas, mesmo em um belo sentimento nada encontro além de portar fechadas.
Olho para o céu negro e os espaços vazios.
Dentro de mim só há desilusão.
Meus olhos enxergam as cinzas porem não tenho forças para fazer nada
Estou fraca Amanda.

Poema anti-heroi

O que me resta

Nesse mundo

A não ser meus versos?

Enquanto a podridão imunda

Invade pouco a pouco nossas vidas

Escrever

Se torna a única saída

Digo

Pouco a pouco

Porque sei

Sei

Que mais adiante

Serei

Mais do que era antes

Adiante

Será que um dia

Terei minhas respostas?

Sei que ao vasto

Podre

Mundo

Isso pouco importa...

Não querem nem saber

Mas a mim

Justo a mim

Mesmo indo contra o sistema

Procuro em meio a estas placas

E fios

As respostas dos meus dilemas



O anti-heroi ainda sabe se perder...

Eus

Faço o que não quero fazer
Porém o que quero
Não posso dizer

O que é o viver?

Penso o que não ouso narrar
Narro o que não quero contar
Canto o que não posso falar

Sou alguém que ama o tudo
Amo todos
Por isso ninguém

Ninguém que ouça o canto
Dos inarráveis pensamentos
A respeito
De tudo que quero e devo fazer
Com meus momentos

Apenas estou só...
E só.

Ao início de um novo ano ou Ode à totalidade das coisas

A gente
Complica o incomplicável
Calcula o incalculável
Dá nome e rótulo às coisas

Mas não sabe encontrar


Não encontramos o exato momento
Entre o crepúsculo e a aurora

Momento onde tudo está
Em seu devido lugar
E não existe certo
Não existe errado

Nem futuro
Quanto mais passado

O tempo não se encontra
E o vento
A exatos 10 km h
Brinca com os cachos do cabelo

Não nos encontramos

Inteiros

Nessa inteira interidade
Íntimos
Pela metade

Não nos encontramos
Mais
Janeiros

- Carta de 02.07.2006

Para sua felicidade,
Oh Ama(n)da
Decidi mais uma vez
Por meus sentimentos em linhas
Oh amandinha
Reconheço que me faz falta
Esse meu eu lírico
Embora tenha minhas dúvidas
A respeito do que digo
Sentimentos são ilusões tão transitórias
Detidos nos semáforos da vida
Ora passam
Ora param
Raramente permanecem
Nos confundem
Aborrecem
Alegram e enlouquecem
Dançam
Dançam nessa musica
De vida
Nessa doida batida
Nesse lento caminhar
E o que penso
A respeito de sentimento
É que não vale à pena tentar
Sem força
Sem esforço
Não vou tentar
O que vier veio
Deixo tudo rolar
Quem decide não sou mais eu

Lembra?

Existe o fundo do poço
E não existe um poço sem fundo
Quem sabe o fundo do poço
Possa ser o começo de um novo mundo

By,: Flor, Yara e Juliana
13.10.2004

.: Quando não nos importavamos com aulas,
   E sabiamos sonhar... :.

Inútil

Inútil tentar dizer que sou diferente
Inútil tentar dizer que está tudo bem
Eu sei, ainda sei
Lá no fundo o que é que tem

Inútil

Inútil tentar demonstrar que mudei
Inútil enxergar o que ainda sei
Eu sei, ainda sei
Lá no fundo o que é que tem

Inútil

Inútil dizer que me arrependi
Inútil, inútil
Tentar
Pois eu sei, ainda sei

Eles não vão acreditar
Inútil, inútil tentar
Eu sei, ainda sei
Lá no fundo o que é que tem

É inútil acreditar
Que um dia conseguirei
Fazer o outro enxergar

Inútil mudar
Inútil continuar

Eu sei, ainda sei
Lá no fundo o que é que tem
Inútil, inútil
Lá no fundo o que é que tem...


xXx...:: 31.12.2005 ::...xXx

Vero

A verdade
Não ajuda ninguém
Não alegra ninguém
Mata

Isso mesmo...
A verdade mata
Corrompe
Destrói

A verdade prende

A verdade dói

No entando,
É o verdadeiro caminho

Verdade-espinho
Hoje o céu está negro
Negro está meu coração
Tento não desistir
Me perco na minha própria razão

Hoje o dia está negro
Negra é a solidão
Tento não desistir
Mas acho tudo em vão...

Inicios de cartas II

Mãe,

Inquieta mamãe...

Inicios de cartas I

Goiânia, 05 de janeiro de 2006

Hoje,

Céu escuro
Escuridéu

Cheiro este ar
Úmido, nublado


Melhor é deste lado...

Bobeiras, rabiscos e afins

Antes                                          Agora
Descabelados                              Rouba comida do outro

Ficava 1:30 hs repetindo:              100 crédito
Tanto, tanto, tanto, tanto...             

Cada minuto era precioso              Embora 09:40 pm

Cada pensamento valia uma           Existem coisas que é melhor
moeda                                       não serem ditas
                                                    
Voce me dava um chocolate          Estou gorda
por encontro

(Quatro anos atras O.o)

Teus braços
Teu corpo
Tua pele
Teus cabelos
Teu cheiro
Tua boca
Teu universo
Tua mente
Teus olhos
Teus ouvidos
Tuas mãoes
Ah, tuas mãos...
Teu sorriso
Teu orgulho
Teu abraço
Teu coração
Meu
Amor

Nasco e morro
E tudo de novo...

Moenda





Antes não te conhecia
E ria, ria, ria
De quem a sentia

Minha pobre mente não entendia...

Depois te conheci
E ela veio como bônus
Brinde
Anexo
Inseparável

E

Agora

Ela aperta o peito
Espreme o coração

Dói

Chora a distância
Treme a lembrança

Mói...


Maldita saudade que me destrói...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Um poema encontrado em uma certa manhã



Voce me faz sentir tão mal

Mas é um mal bom

Desses que sem querer

Mudam de cor e tom



Me faz querer acompanhar o vento


E me deitar no ponto

Tingir-me ao som da música

Entrar num papel em branco

E fazer tamanha estrago

Que todos os criticos

Até mesmo os mais céticos


Te denominariam arte


Tamanho o estrago de que me faz parte!