sexta-feira, 25 de junho de 2010

paleta


a rotina do sol
serve seca certeza
solidão

geometria da angústia
foge a intenção de hoje
outra face

plásticas e não cores
fundem - se por matizes
tarde passa

corrigido seu medo
detrimento ousadia
se esquecer
.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Objeto

Olliver Mariano



Para Flor

A cadeira de madeira branca
Presa à grade amarela
Rompeu a corrente
E fugiu.

Foi ser trono de centro.

Não superou os golpes de cetro
Do Rei
E da Rainha.

Foi ser Cátedra da Academia.

Enfarou-se com tanta Cerimônia
E Reverência.

Foi ser banco de igreja.

Ouviu credo
Viu romaria
Mas na hora do amém…

Herege!

Preferiu brincar com cores
E foi pela aquarela
Preta, vermelha,
- amarela.
Descoloriu.

Quis ser de vidro

Se surpreendeu

Mesmo na transparência
Sua velha condição
Gritava

Suspirou


Precisou ser outras
Para ser,
Presa na grade amarela,
Cadeia
De madeira
Branca.
.
.
.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Tempos que não posto assim


x3:
lá vem a chuva de novo...

-': 
(L)
amo
gostei de uma pessoa
uma vez na vida
q era toda chuva
chuva toda vez
me lembra
isso

x3:
ah é?

-':
sim
nao queria
mas sim
[...]
mas
a chuva de quem eu gostava
hoje nao existe mais
.
O céu, cinza...
as nuvens partem
camufladas.

ah...

minha casa, escura.

e eu...
estou cansada.

...

no céu escuro
as nuvens, cansadas
partem
camufladas
...

ouvindo a chuva.


x3:
parou de chover
.
.
.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

-



visitevisitevisitevisitevisitevisitevisitevisitevisitevisitevisitevisite

.

Pra nao dizer que nao falei da Flor

Thaise Monteiro

Delicada (a) mente trouxe
a lembrança de tua metafora primeira
um tormento, um rompimento houve
dividiu-me corpo de alguma maneira

o verso assinado Flor
se digo agora amor seira rima
e nao teu cheiro que em mim sublima

peço: caminha lentamente
todas as noites
em que deixar teu leito
e visitar meus sonhos

tuas mãos raizes em mim
Regada a Flor
Geme e grita a dor
Desfecho da noite do verso o fim

domingo, 6 de junho de 2010

pequeno pólen às três da manhã


não deves entrar aqui
teu sono é maior que minha cura
e a madrugada minha melhor companheira
o silêncio dos teus passos não ditos
epanta-me sonho o momento em que sinto
aquietado o corpo no gosto de teu desejo

e não me importa qual for a tua jura 
tu me deves uma madrugada inteira...

mas por enquanto, durma.

.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Coisa descartada


ao que se mora dentro a caixa aberta
ou que se esconde preso junto a borda
abolem a ânsia bem ou mal pois por
dentro e fora é Padawã

que não entendia caixa algo assim tão leve
amadeirado de recife o limpo
nanquim que chora de repentes em
sons os tons conhecer 

reconhecido em seus vazios de caixa
lhe resta agora em esperança poeta
livres dos males já libertos ter
liberta a sua pandora
.