terça-feira, 28 de agosto de 2012

espera e te aquieta


espera e te aquieta
depois que tudo se lança
pesa e pondera tua balança
é pouco o instante que te espreita
aproveita pingo a pingo
a tristeza engarrafada de um domingo
a cor de uma casa que se cansa
o eco das palavras que não diz
está tudo sempre indo e vindo
tuas nostalgias emolduradas
não se pintam pelas paredes
nem é preciso pintá-las
ninguém é obrigado a ser feliz

quinta-feira, 28 de junho de 2012


viajar do extremo leste
via nordeste
ao extremo sul
procurando encontrar
um rio grande
que corta fronteiras
o porto do desequilíbrio
entre eiras e beiras
é um centro a oeste
onde se aprende que tudo
que precisa é amar
e se ama o amor mudo
se ama o amor sóbrio
ébrios da falta de um mar

domingo, 20 de maio de 2012

minha querida

não houve nem haveria como registrar esse momento em fotografia. não caberia o cheiro deste amor, coado com as gotas de um gozo jogado, que, quanto mais tempo perto, mais tento mudar de cor. na fraca luz do sol que dentre nuvens se esconde, aprendo que de nada adianta ter o mar por perto e o amor tao longe.

no meio do meu faz de conta pousaste em meu dia. adivinhaste, depois de algumas turbulências, tudo o que queria. todos seus presentes presenças me adocicam. mas nada me fez tão bem quanto a tinta dourada deste liquido gozoso. brocal que jogas na fenda da minha sala vazia.

quero-quero, passarinha, quero-quero. fazer da tua vida um bordado de renda de chita filó. acordar café. ir contigo nas flores da tua sapatilha. ver por do céu nos seus olhos. cuidar da tua forma de ser. construa comigo segredos e não me ausentes nunca mais.

sábado, 5 de maio de 2012

por onde anda a onda


apagaram-se as palavras de meu corpo
tendo um templo só necessito pão
algum sonho perdido sem saldo positivo
negativamente enlouquecido
procura as migalhas que antes atirei
em meu caminho convertem-se corvos
procuro na curvatura de seu corpo
os espaços que deixaste em meus dedos
deles esperança escorre poesia
choque de caos coberto de chão