terça-feira, 17 de agosto de 2010

Silêncio


eram pequenas as moedas e doces
iam para além de nuvens rarefeitas
misturavam pássaros, pedras e algas
sussurrando chuvas, cheiro e silêncio

- ela era a pequena bugiganga
a não dita dos contos de fadas -

a regência com que ela regia as horas
permanência com que ela fazia sonhos
fazia de si uma pequena promessa

a vomitada das ondas inteiras
de não haver nada não lhe havia lugar
devia infinita a madrugada frouxa
asco pela perda que feria os pés

dos sonhos que certamente não teve
presença lhe aflora último segredo
tão breve o sabor de único detalhe:
madrugada jamais lhe cobrará
.

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