Foi quando ele foi respirar
No exato instante do puxar de respirações
Ou um pouco depois, momento de que se enchera os pulmões...
Não, não tinham cheiro de cigarro
Nem exalavam odor qualquer
Quase sorria tamanho o êxtase de sua insuficiência
Estava em plenitude de insignificâncias
E contemplava-se admirado e feliz
Deixei que me tocasse
Gemi-lhe um gemido de coragem e lhe contraí
Deixei que sua boca me guiasse
Completamente seguro de si
Foi quando ele foi respirar
Pressenti esse inalar encanto de esperanças
Cruzei-lhe os dedos e bebi seu vinho
O palco gemeu sozinho
Sibilantes sussurros pleiteavam
Uma platéia de ninguém
Bebia o vinho dos infelizes
Ébrios incapazes de crer
Esse Sangue escarrado de uvas vermelhas e cinzas de rosas contradiziam-lhe
Os olhos de que nunca saberei
Líricos de uma fria madrugada...
Foi quando ele respirou
Foi quando eu o matei
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