sábado, 8 de maio de 2010

Um outro poema ou A metáfora originária ou ainda Poema sobre a aula passada...


O tempo... Aquele ditoso sem marchas
Cavalga à cintura de minha sina
Repousam-se Luas, Plêiades e Órion
Em meia noite de Safo
Estou deitada sozinha

Felizes os que se enfeitam de flores
Felizes os que degustam-lhes fruta
Meu corpo, mural de mistérios
Descoberto qualquer de ornamentos
Entrega-se a ti em matéria bruta

Purifica-me em fogo este aquém de teu corpo
Aderência ardente de meus sentidos
Faça-me injusta - paixão da linguagem
Metáfora viva em previsão sibilante
Absurda, ou derradeiramente impossível

Mas ainda é meia noite
De meu corpo apenas o líquido
Oleosamente viscoso - pois ainda paradoxo
Desliza dele em pernas o tóxico
Trançado de multiflores mornas fantasias

Óleo raro de curandeira
Em encantos em rastros guia
Acordemos justos sobre jura do tempo:
Mato a tua sede em minha cura
Se construir-me em ti eterna poesia
.
.

5 comentários:

Unknown disse...

UAU!!! EXCELENTE!! ADOREI!! PARABÉNS, FLOR!!

Flor disse...

Opa...

Elogios vindo de mestres pra mim é uma honra!!!

Obrigada ;)

Fabiana Lula disse...

Ficou bom mesmo esse!

gabriela disse...

Tu não sabes o quanto me toca... Ensina-me a ser assim?



ps: O final me lembrou um rapaz que deixei ir embora, bem bonitinho.

Ivan Bueno disse...

De uma sensualidade delicada e poesia refinada. Impar, muito bom.
Te descobri pela Yani!
Valeu, Yani.
Beijos.

Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com