O tempo... Aquele ditoso sem marchas
Cavalga à cintura de minha sina
Repousam-se Luas, Plêiades e Órion
Em meia noite de Safo
Estou deitada sozinha
Felizes os que se enfeitam de flores
Felizes os que degustam-lhes fruta
Meu corpo, mural de mistérios
Descoberto qualquer de ornamentos
Entrega-se a ti em matéria bruta
Purifica-me em fogo este aquém de teu corpo
Aderência ardente de meus sentidos
Faça-me injusta - paixão da linguagem
Metáfora viva em previsão sibilante
Absurda, ou derradeiramente impossível
Mas ainda é meia noite
De meu corpo apenas o líquido
Oleosamente viscoso - pois ainda paradoxo
Desliza dele em pernas o tóxico
Trançado de multiflores mornas fantasias
Óleo raro de curandeira
Em encantos em rastros guia
Acordemos justos sobre jura do tempo:
Mato a tua sede em minha cura
Se construir-me em ti eterna poesia
.
.
5 comentários:
UAU!!! EXCELENTE!! ADOREI!! PARABÉNS, FLOR!!
Opa...
Elogios vindo de mestres pra mim é uma honra!!!
Obrigada ;)
Ficou bom mesmo esse!
Tu não sabes o quanto me toca... Ensina-me a ser assim?
ps: O final me lembrou um rapaz que deixei ir embora, bem bonitinho.
De uma sensualidade delicada e poesia refinada. Impar, muito bom.
Te descobri pela Yani!
Valeu, Yani.
Beijos.
Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com
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