segunda-feira, 17 de maio de 2010


As vezes, tarde, enquanto pássaros
órficos entoam canções mudas
e a luz do sol se esconde em nuvem
e as folhas daquela laranjeira
tecem grande colcha sobre o chão
o vento vem beijar meus cabelos
e contar mentirinhas no ouvido
conta que o sol fez belo vestido
e haverá um grande carnaval céu
e Deus será a maior das alegorias
conta que a flor se enfeitou de véu
prendeu os cachos e entrou no jardim
convencida, arrumaria marido!
conta que você gosta de mim
embora tenha, bêbado alegria
beijado a moça que te desfazia
quanta ventania! O sol se libera
de mais uma das nuvens e tenta
com seus raios, consertar este dia
porém já é tarde, já é noite... E tão
grande é a nuvem que em mim se chovia.

4 comentários:

gabriela disse...

let me be the love that comes from the sun

Ivan Bueno disse...

Olá, Flor.
Já tinha estado aqui antes, já li algumas coisas, gostei, voltei e sigo.
Que poema gostoso, fluente, ritmico. E o final é perfeito: "E tão grande é a nuvem que em mim se chovia".
Muito bom. Vou ler mais.
Fica o convite a conhecer, ler, comentar e seguir, se gostar, meu espaço catártico, Empirismo Vernacular.
Beijo grande,

Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com

Ivan Bueno disse...

A tempo:
Observação de fotógrafo amador... Esta foto é perfeita. Linda. Parabéns a quem a tirou.
Beijo

Flor disse...

Obrigada, Ivan.

Volte sempre ao meu labirinto...
Se perca se puder, pois se perder aqui é achar o seu caminho.