quinta-feira, 1 de julho de 2010

Boa tarde, Julho!


ser o sertão de minhas coisas
essas que me explodem adentro
e me enfraquecem na lembrança
força que se estende na ausência
por amor caridade imploram
desde onde brota o impiedoso
para além dos signos lançados
que esteja ausente, por todo ar
que ainda me sobra esteja ausente
é preferível o teu vazio
tua presença revela abusos
cicatrizes rubras que escondo
mãos que estendem involuntárias
este corpo em clímax de morte
abarca mudo o mundo inteiro
em preferível dor de grito
a tua ausência que cala o peito
me é melhor que o silêncio dito
.

2 comentários:

Ivan Bueno disse...

Oi, Flor.
"Ser o sertão de minhas coisas / essas que me explodem dentro...", que lindo. Só estes versos já valem um poema inteiro, não bastasse toda a continuação, densa, cheia de significados e metáforas subjetivas que exigem e, mais que isto, chamam a uma nova leitura e releitura. Ao fim "A tua ausência que cala o peito / me é melhor que o silêncio dito". Lindo! Linda a foto, também. É a Flor segurando uma flor?
Beijo grande,

Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com

Flor disse...

Obrigada Ivan... É sempre bem vindo.

Penso que seria a flor sendo segurada por alguém...