terça-feira, 22 de julho de 2008

[Transpõe-se o silêncio de sua alma...]



Já viram naqueles filmes...
Que um cara mais velho
Observa sua ‘menina’
Saindo pra se divertir
E se dá conta de que ele é realmente velho
E ela tem tanta vida pela frente...
Então se dá aquele momento de epifânico
Ele compreende o que tem que ser feito
Mas não quer fazer...
Arruma silênciosamente suas coisas
[Embora possa fazer qualquer barulho...
Ela saiu com os amigos... Ninguém vai ouvi-lo]

Num silêncio não comum.
[Transpõe-se o silêncio de sua alma...]
Ele pára então... E observa o quarto...
Lembra-se da primeira vez que ela esteve ali.
Por sua face rolam-se lagrimas tão silenciosas quanto ele...
Toma pela última vez uma dose daquela garrafa...
Pega sua chave,
Sua maleta,
Sua carteira...
Tranca a casa.
Esconde a chave entre os galhos do coqueiro-anão...
[Nosso segredo...]
E sai.
Não olha para traz...
Madrugada afora...
Vai descendo aquela alameda mal iluminada...
Com a mente totalmente vazia...
Observa o gato preto, remoendo a lata de lixo.
E a câmera vai se distanciando...
Primeiro lentamente
Depois rapidamente
E então
Fim...

Então...
Hoje me sinto assim.

2 comentários:

Flor disse...

Lembrei da Evy...

Isso daria um de seus contos...

^^'

saudade...

Perfume marinho disse...

Acho que me lembro...

De ter visto um filme assim...

'angústia...'