a possibilidade de se prolongar
se desfaz com a queda cristal
deve-se saber que não há outra primavera
a primavera semeia outro tempo
não há sentido em flor noutra voz
não se repetem as poucas palavras
não existem discursos para um consolo
e o que resta são restos de respiros
não se aprende vida em livros
não se existe nada entre estações
e talvez não baste mais gritar
suporta-se tudo por um segundo
o instante que se desfaz em taça
os cacos que não se deve ajuntar
nada se pode fazer pelo traço da ausência
a não ser se repetir
e se ausentar
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