segunda-feira, 11 de abril de 2011

Carta adormecida

pensei seriamente em me despedir. dessa vez e de todas as outras... um basta, um adeus, um ponto final. me disseram pra não fazer isso. amigos, companheiros, astros e tarot estão a seu favor. penso também que despedida seria algo drástico. um excesso de dramaticidade para o pouco que temos. não me despeço. aguardo a efemeridade dos momentos vindouros e aceito todas as mudanças desse percurso tortuoso que é sua estrada. estrada que não corre para o meu mar. escrevi-lhe versos. versos que nem são versos... são coisas bobas, de ingenuidade brilhante e pouca técnica profissional. porém, a minha falta de ter um papel importante na tua vida me transborda de papéis com versos interrompidos.

"As horas que passo em compania de teus sonhos valem-me a ausência dos teus beijos, sei que não é uma primeira vez, mas tudo grita com a bestialidade infante de sorrisos simples e anéis de seda, sei também que dormes eterna em si, esquecida de seu brinquedo novo que aguarda aflito ao lado [...]"

é muito cedo, é muito tarde. e eu sei que assusto. sei que desboto, que transcendo, que expresso, que espanto. mas acontece-me de ser assim. suja, sem casa, sem juízo, sem dinheiro, poeta... entregando a quem achar que mereça a chave de meus antigos relicários, desbotando-me no calor de outra pele, da tua pele, o resto de tristeza existente.
e como isso não é uma carta de adeus, deixarei a você que escreva o final.

2 comentários:

Amaury Neto disse...

Parabéns florzinhaaaaaaa... otimo texto, e otima decisão...
amo-te

Fernando Marinho disse...

aaah... faz assim não, lado lindo da flor... ou melhor, continua fazendo assim, lindo, lado flor ;}