segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Como uma flor vermelha




À sua passagem a noite é vermelha,
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia. 

Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.

Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha. 


Sophia de Mello Breyner Andresen 




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