terça-feira, 2 de setembro de 2008

A noite do fim...




Sim... Ela conseguia chorar...


E chorou!


Foi uma noite estranha... Para aquelas duas pessoas.


Uma falava com a naturalidade habitual de quem tenta se convencer de que está fazendo a coisa certa.

E não... Não se convenceu. Embora fosse visível em seu olhar todo o seu esforço.


E ela... Se calou. Com o silêncio habitual (que só ela possui) de quem toma resoluções...

E tomou resoluções a noite toda...


Ambas se ganhavam e se perdiam ali...


E se queriam. Com a intensidade melancólica de vento em temporal.


E ambas sabiam do poder peso daquele momento... Ultima noite...


A noite do fim.


Passaram o dia se anestesiando... Se curando... Se convencendo...

Se acostumando com a nova realidade... Que não as pertencia... Não estava em suas mãos.


Mãos...


Primeiro e unico contato foram as mãos... Dadas em si...


Mãos que foram feitas umas para as outras... Que nasceram para se atar...


Mãos que se separariam.


E que se separaram.


Ela, sentimental como bicho do mato ao por do sol, quis perdurar aquele instante-mão...


Inútil!


Quis prender a noite para si... Quis roubar todo calor, todo perfume, todo som e aprisionar no seu peito. Para que isso e somente isso a alimentasse de toda a arte necessária para que aquele sonho revelado se tornasse vida...


Inútil...


E a noite passou... E as mãos se desataram... E elas seguiram seu destino...


Um destino que poderiam alterar... Mas não quiseram.


Fizeram o certo. E ganharam de si mesmas o respeito e a confiança eterna.





Embora ela preferisse o amor.

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