Sim... Ela conseguia chorar...
E chorou!
Foi uma noite estranha... Para aquelas duas pessoas.
Uma falava com a naturalidade habitual de quem tenta se convencer de que está fazendo a coisa certa.
E não... Não se convenceu. Embora fosse visível em seu olhar todo o seu esforço.
E ela... Se calou. Com o silêncio habitual (que só ela possui) de quem toma resoluções...
E tomou resoluções a noite toda...
Ambas se ganhavam e se perdiam ali...
E se queriam. Com a intensidade melancólica de vento em temporal.
E ambas sabiam do poder peso daquele momento... Ultima noite...
A noite do fim.
Passaram o dia se anestesiando... Se curando... Se convencendo...
Se acostumando com a nova realidade... Que não as pertencia... Não estava em suas mãos.
Mãos...
Primeiro e unico contato foram as mãos... Dadas em si...
Mãos que foram feitas umas para as outras... Que nasceram para se atar...
Mãos que se separariam.
E que se separaram.
Ela, sentimental como bicho do mato ao por do sol, quis perdurar aquele instante-mão...
Inútil!
Quis prender a noite para si... Quis roubar todo calor, todo perfume, todo som e aprisionar no seu peito. Para que isso e somente isso a alimentasse de toda a arte necessária para que aquele sonho revelado se tornasse vida...
Inútil...
E a noite passou... E as mãos se desataram... E elas seguiram seu destino...
Um destino que poderiam alterar... Mas não quiseram.
Fizeram o certo. E ganharam de si mesmas o respeito e a confiança eterna.
Embora ela preferisse o amor.
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