sábado, 13 de agosto de 2011

Para se ler ao som de Amelie




com o peso das coisas descobri
o mundo só é portátil
para quem consegue carregá-lo
então façamos um trato
siga pela rua sem planos
e eu te encontro na esquina
numa beira de um beco na piscina
a gente arranja um barraco
e põe o nome dele de amor
você segura minha mão
solta meu cabelo e eu te ponho um vestido
nossos dedos juntos serão multicoloridos
vamos pintar o mundo e roubar sorveterias
queimar grama e distribuir alegria
porque meu medo de te assustar
não é menor do que o de te viver
então carregue este poema e me porte com você
.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

codinome


voltar ao mesmo lugar onde tudo começou. ela que não acreditava em coincidências. uma flor parada na imensidão do lado oposto do mundo. uma flor de pedra de papel de tesoura de alma. uma flor que reside no sonho e não se destila. que conta seus segredos ao vento e espera o mesmo milagre da primeira vez. que tem em suas costas o peso inteiro de uma vida cada vez mais leve. e de pena e pluma, refaz o mundo no traço da sua coleção de uma ausência só. foi esta flor que esta noite desfez em passo de dança outro tempo de equilíbrio. e confiando fidelidades à sua aposta restante, bebeu o último gole do licor lírico dos sonhos. e sonhou pela última vez.