não houve nem haveria como registrar esse momento em fotografia. não caberia o cheiro deste amor, coado com as gotas de um gozo jogado, que, quanto mais tempo perto, mais tento mudar de cor. na fraca luz do sol que dentre nuvens se esconde, aprendo que de nada adianta ter o mar por perto e o amor tao longe.
no meio do meu faz de conta pousaste em meu dia. adivinhaste, depois de algumas turbulências, tudo o que queria. todos seus presentes presenças me adocicam. mas nada me fez tão bem quanto a tinta dourada deste liquido gozoso. brocal que jogas na fenda da minha sala vazia.
quero-quero, passarinha, quero-quero. fazer da tua vida um bordado de renda de chita filó. acordar café. ir contigo nas flores da tua sapatilha. ver por do céu nos seus olhos. cuidar da tua forma de ser. construa comigo segredos e não me ausentes nunca mais.
'Fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.' [Lispector!]
domingo, 20 de maio de 2012
sábado, 5 de maio de 2012
por onde anda a onda
apagaram-se as palavras de meu corpo
tendo um templo só necessito pão
algum sonho perdido sem saldo positivo
negativamente enlouquecido
procura as migalhas que antes atirei
em meu caminho convertem-se corvos
procuro na curvatura de seu corpo
os espaços que deixaste em meus dedos
deles esperança escorre poesia
choque de caos coberto de chão
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